TANAKA Juuyoh
Port Moresby (Agência Fides) – No alto dos altiplanos internos da Papua Nova Guiné, a ilha mais populosa do Pacífico com 7,3 milhões de habitantes, as comunidades camponesas desempenham trabalhos pesados na terra selvagem, quase sem serviços de base, com graves consequências para as condições de saúde. Mais de 80% da população pratica a agricultura de subsistência e as hortas comunitárias são uma característica da paisagem; todavia, a desnutrição é comum e evidente, sobretudo nas crianças. Em 2014, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) declarou que este problema de saúde, responsável por quase metade das internações hospitalares, era uma “emergência silenciosa” no país. O problema não é a quantidade de gêneros alimentícios, mas a falta de informação das mães sobre a alimentação durante a gravidez e os primeiros seis meses de vida da criança.
Segundo o Banco Mundial, o aleitamento materno em Papua Nova Guiné diminui drasticamente em 80% quando o recém-nascido tem um mês, e 20% quando tem 6. A desnutrição aparece quando não se ingerem os alimentos necessários, comprometendo o correto funcionamento do organismo. Esses sintomas levam a registrar magreza, baixo crescimento, perda muscular e menor capacidade de concentração, além de uma maior vulnerabilidade às doenças como a pulmonite e a diarreia, principal causa de mortalidade nas crianças com menos de cinco anos, que corresponde a 63 para 1.000 nascidos vivos, bem acima da média mundial de 43. Os especialistas da Associação Médica de Papua Nova Guiné defendem que é necessário ampliar os serviços de saúde nas áreas rurais. No país, existe uma média de 0,5 médico a cada 10 mil pessoas, e mais de 80% trabalha nas cidades. O Instituto Nacional de Pesquisa explicou que 67% das estruturas de saúde necessita de manutenção ou de restruturação.
(AP) (12/1/2016 Agência Fides)